Dia 27 de setembro foi o Dia Nacional de Incentivo a Doação de Órgãos. Na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, a Liga de Transplante de Órgãos e Tecidos (LiTOT), promoveu uma série de atividades envolvendo a atuação de enfermeiros, professores e alunos afim de desmistificar a doação.
“A ideia é despertar o interesse do aluno para além do conhecimento científico e, a partir disso, propagar as informações que ele recebe para a comunidade por meio do atendimento e contato direto com os cidadãos”, afirma Karina Dal Sasso Mendes, enfermeira da Liga.
O grupo promoveu atividades em comemoração ao Setembro Verde, campanha realizada pela primeira vez no Estado de São Paulo que visa alertar e conscientizar a comunidade sobre a doação de órgãos. As atividades começaram dia 21, com a conscientização naMeia Maratona Tribuna Ribeirão.
‘Você marca o destino do seu corpo’
Para ser um doador de órgãos é necessário atender requisitos legais, estabelecidos na Lei Federal nº 9.434, de 1997, como o cidadão deixar claro em documentos de identificação, como o RG, por exemplo, a vontade de ser doador de órgãos, ser maior de 18 anos e capaz de assumir seus próprios atos. Em casos que não preenchem esses aspectos, a doação fica a critério da família. Também é necessário ter certidão de óbito constatando morte encefálica e assinada por dois médicos.
Segundo o professor Luciano de Camargo Penteado, professor da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, a doação pode ser registrada também em declarações. “Para ter validade jurídica, a vontade deve ser expressamente manifestada de forma clara e com a identificação (nome e assinatura) do doador”.
Sobre a possibilidade de utilizar o que a pessoa manifestação de ser doador de órgãos que a pessoa tenha deixado em redes sociais, o professor diz que não há validade legal, uma vez que a autenticidade jurídica não é reconhecida nesse caso. “Por se tratar de uma promessa de importância social, é preciso ser expressamente registrada a vontade da pessoa. No Facebook, por exemplo, não há como saber se foi a própria pessoa que postou”.
Em Ribeirão Preto recusa da família para doação de órgãos é menos da metade dos índices do país
Em Ribeirão Preto, o contato com os potenciais doadores da cidade e da região é feito pelo Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT), que funciona no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP.
Segundo enfermeira Margarida Momenti Chiaretti, membro do grupo, eles vão até onde estão os possíveis doadores e ressaltam a importância de doar os órgãos. “Quando uma pessoa morre, não é apenas uma outra que tem a chance de viver. Os rins, por exemplo, podem ser transplantados para duas pessoas que estão na fila de espera”, lembra.
Enquanto os números de doação de órgãos caem no país, a região de Ribeirão Preto vive uma realidade diferente. “O índice de recusa chega a até 64% no Estado de São Paulo. Aqui, no interior, nós temos o menor valor de negação, 28,4%”, conta Margarida.
De acordo com Judith dos Santos da Silva, também enfermeira do SPOT, os transplantes feitos no HC-FMRP são apenas de fígado, rim, pâncreas e rim e córnea. Em 2014, 41 transplantes foram feitos. “É um número muito baixo devido à quantidade de pacientes que aguardam.”
Dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) apontam que, em 2012, o Brasil era o 27º país no ranking mundial de doação de órgãos. Na frente, estão, por exemplo, Espanha, Estados Unidos e Uruguai. No Brasil, o número de transplantes realizados durante o primeiro semestre de 2014 é de 3856.
“Aqui em Ribeirão Preto, a recusa das famílias diminuiu bastante. Isso é fruto de campanhas desenvolvidas por várias instituições na região”, fala Judith. “Os familiares, muitas vezes, só aceitam o processo por saberem que o ente queria que seus órgãos fossem doados”, completa.
Mais informações: (16) 3602-3517
Por: Marcela Baggini
“A ideia é despertar o interesse do aluno para além do conhecimento científico e, a partir disso, propagar as informações que ele recebe para a comunidade por meio do atendimento e contato direto com os cidadãos”, afirma Karina Dal Sasso Mendes, enfermeira da Liga.
O grupo promoveu atividades em comemoração ao Setembro Verde, campanha realizada pela primeira vez no Estado de São Paulo que visa alertar e conscientizar a comunidade sobre a doação de órgãos. As atividades começaram dia 21, com a conscientização naMeia Maratona Tribuna Ribeirão.
‘Você marca o destino do seu corpo’
Para ser um doador de órgãos é necessário atender requisitos legais, estabelecidos na Lei Federal nº 9.434, de 1997, como o cidadão deixar claro em documentos de identificação, como o RG, por exemplo, a vontade de ser doador de órgãos, ser maior de 18 anos e capaz de assumir seus próprios atos. Em casos que não preenchem esses aspectos, a doação fica a critério da família. Também é necessário ter certidão de óbito constatando morte encefálica e assinada por dois médicos.
Segundo o professor Luciano de Camargo Penteado, professor da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, a doação pode ser registrada também em declarações. “Para ter validade jurídica, a vontade deve ser expressamente manifestada de forma clara e com a identificação (nome e assinatura) do doador”.
Sobre a possibilidade de utilizar o que a pessoa manifestação de ser doador de órgãos que a pessoa tenha deixado em redes sociais, o professor diz que não há validade legal, uma vez que a autenticidade jurídica não é reconhecida nesse caso. “Por se tratar de uma promessa de importância social, é preciso ser expressamente registrada a vontade da pessoa. No Facebook, por exemplo, não há como saber se foi a própria pessoa que postou”.
Em Ribeirão Preto recusa da família para doação de órgãos é menos da metade dos índices do país
Em Ribeirão Preto, o contato com os potenciais doadores da cidade e da região é feito pelo Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT), que funciona no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP.
Segundo enfermeira Margarida Momenti Chiaretti, membro do grupo, eles vão até onde estão os possíveis doadores e ressaltam a importância de doar os órgãos. “Quando uma pessoa morre, não é apenas uma outra que tem a chance de viver. Os rins, por exemplo, podem ser transplantados para duas pessoas que estão na fila de espera”, lembra.
Enquanto os números de doação de órgãos caem no país, a região de Ribeirão Preto vive uma realidade diferente. “O índice de recusa chega a até 64% no Estado de São Paulo. Aqui, no interior, nós temos o menor valor de negação, 28,4%”, conta Margarida.
De acordo com Judith dos Santos da Silva, também enfermeira do SPOT, os transplantes feitos no HC-FMRP são apenas de fígado, rim, pâncreas e rim e córnea. Em 2014, 41 transplantes foram feitos. “É um número muito baixo devido à quantidade de pacientes que aguardam.”
Dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) apontam que, em 2012, o Brasil era o 27º país no ranking mundial de doação de órgãos. Na frente, estão, por exemplo, Espanha, Estados Unidos e Uruguai. No Brasil, o número de transplantes realizados durante o primeiro semestre de 2014 é de 3856.
“Aqui em Ribeirão Preto, a recusa das famílias diminuiu bastante. Isso é fruto de campanhas desenvolvidas por várias instituições na região”, fala Judith. “Os familiares, muitas vezes, só aceitam o processo por saberem que o ente queria que seus órgãos fossem doados”, completa.
Mais informações: (16) 3602-3517
Por: Marcela Baggini